Saberes e Fazeres da Caça e da Roça
elementos do patrimônio alimentar do Povo Xerente
Palabras clave:
Saberes e Fazeres, Caça, Roça, Patrimônio Alimentar, Povo XerenteResumen
O Povo indígena Xerente habita o estado do Tocantins e tradicionalmente alimentam-se das comidas oriundas da caça, da pesca e da roça. Práticas que envolvem saberes e fazeres que compõem seu patrimônio alimentar. A partir desse contexto a pesquisa realizada tem como objetivo registrar, descrever e analisar os saberes e fazeres da caça e da roça Xerente primando pela participação ativa dessa etnia. O método investigativo foi o etnográfico/participante com ancoragem em Clifford Geertz desenvolvido em três fases: coleta de dados documentais e bibliográficos, o trabalho de campo, escrita e análise dos dados coletados. Os resultados apontam que os saberes e fazeres dessas duas práticas envolvem vários aspectos desde o preparo dos indivíduos até as técnicas usadas. Esses saberes e fazeres continuam sendo praticados e transmitidos apesar de algumas mudanças,
pois os Xerente lutam, resistem e buscam alternativas para manter suas tradições culturais e alimentares vivas.
Citas
ARANTES, A. A. A salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no Brasil. Virtual Brazilian Anthropology, v. 5, n. 1, 2008. Disponível em: https://leaarqueologia.files.wordpress.com/2017/03/arantes-no-inov-cultural-salvaguarda-do-patrimonio-imaterial-no-brasil.pdf.
ARAÚJO, R.N. Os territórios, os modos de vida e as cosmologias dos indígenas Akwẽ-Xerente, e os impactos da UHE de Lajeado. Fortaleza, 2016. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal do Ceará. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/21514.
AUBERTIN. M.N. Ingrédients de base pour un patrimoine Gastronomique. Continuité,, n. 130, p. 18–20, 2011.
BESSIEÈRE, J. Valorisation du patrimoine gastronomique et développement territorial: le Haut Plateau de l'Aubrac, Le Pays de Roquefort et le Périgord Noir. Paris: l’Harmattan, 2001.
BESSIÈRE, J. ‘Heritagisation’, a challenge for tourism promotion and regional development: An example of food heritage. Journal of Heritage Tourism, v. 8, p. 275-291, 2013.
BESSIÈRE, J. et al. Patrimoine alimentaire et innovations: essai d’analyse typologiques sur trois territoires. ISDA, p. 1-12, 2010. Disponível em: https://hal.science/hal-00521740/document .
BIENASSIS, L. Inventorier le patrimoine alimentaire: acquis, méthodes et perspectives. Food & History, v. 9, n. 2, p. 127-152, 2011.
BRANDÃO, C. R. Participar-pesquisar. In: BRANDÃO, C. R. (org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
CAMPANINI, A.; SCHOLLIERS, P.; WILLIOT, J-P. Identités, aliments et cuisine aux sources d’une Europe alimentaire. In: CAMPANINI, A; SCHOLLIERS, P.; WILLIOT, J.P (ed.). Manger en Europe: patrimoines, échanges, identités. Brussels: P. Lang, 2011.
CANCLINI, G. Los usos sociales del patrimonio cultural. Cuadernos, p. 16-33, 1999. Disponível em: https://www.iaph.es/export/sites/default/galerias/documentacion_migracion/Cuaderno/1233838647815_ph10.nestor_garcia_canclini.capii.pdf.
CAVALLO, G. A. Conhecimentos ecológicos indígenas e recursos naturais: a descolonização inacabada. Estudos Avançados, v. 32, n. 94, p. 373-390, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0024.
CONTRERAS J.; GRACIAS, M. Alimentação, sociedade e cultura. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2011.
CRUZ, R. T. A. Patrimonialização do patrimônio: ensaio sobre a relação entre turismo, “patrimônio cultural”. GEOUSP – Espaço e Tempo, n. 31, p. 95-104, 2012. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/74255/77898.
GARJADO, M. Pesquisa participante: propostas e projetos. In: BRANDÃO, C. R. (org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
GALLOIS, D. T. (org.). Patrimônio cultural imaterial e povos indígenas: exemplos do Pará e norte do Amapá. Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena. 2006. Disponível em https://www.institutoiepe.org.br/infoteca/livros/patrimonio-cultural-e-imaterial-epovos-indigenas/.
GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
GIMENES, M.H. Patrimônio gastronômico, patrimônio turístico: uma reflexão introdutória sobre a valorização das comidas tradicionais pelo IPHAN e a Atividade turística no Brasil. In: Seminário de Pesquisa em Turismo do MERCOSUL, 6, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2006.
KATZ, E. Introdução. In: WOORTMANN, H.; CAVIGNAC, J. (org.). Ensaios sobre a antropologia da alimentação: sabres, dinâmicas e patrimônios. Natal: EDUFRN, 2016. Disponível em: https://portal.abant.org.br/aba/files/103_00128082.pdf.
KATZ, E. et al. La valorización del patrimonio culinario amazónico por las indicaciones geográficas. In: ÁLVAREZ, M.; MEDINA, F. X. (coord.). Patrimonio cultural y alimentación de Europa a América. Barcelona: Icaria, 2008. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/278758317_La_valorizacion_del_patrimonio_cultinario_amazonico_por_la_indicaciones_geograficas.
LIMA, L. G. B. Os Akwẽ–Xerente no Tocantins: território indígena e as questões socioambientais. São Paulo, 2016. Tese (Doutorado em Geografia Humana) - Universidade de São Paulo. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde11042017-082645/publico/2017_LayannaGiordanaBernardoLima_VCorr.pdf.
LIMA, R. S; FERREIRA NETO, J.A; FARIAS, R.C.P. Alimentação, comida e cultura: o exercício da comensalidade. Demetra, v. 10, n. 3, p. 507–522, 2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/16607/13269.
LUCIANO, G. S. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED; Museu Nacional, 2006. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/indio_brasileiro.pdf.
MELO, V.M.C. Diversidade, Meio Ambiente e Educação: uma reflexão a partir da sociedade Xerente. Tocantins, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências do Ambiente) – Universidade Federal do Tocantins. Disponível em: http://www.uft.edu.br/neai/file/diss_valeria.pdf.
MELO, E. E. P.; GONÇALVES, T. O. Práticas socioculturais Xerente em comunidades de prática. Revista Exitus, v. 7, n. 2, p. 191-215, 2017. DOI: https://doi.org/10.24065/2237-9460.2017v7n2.
NAZARENO, E.; SILVA, L. de J.; FERNANDES SILVA, J. A. (org.). Documentação de saberes indígenas na UFG: povo indígena Akwẽ - Xerente. Goiânia: Imprensa Universitária, 2017. v. 8.
NOLASCO, G.; GIRALDIN, O. Aprender e ensinar: a “pedagogia” Akwẽ-Xerente e a construção da pessoa. Revista Humanidades e Inovação, v. 4, n. 3, p. 1-12, 2017.
OLIVEIRA, L. de S. O patrimônio alimentar do Povo Xerente e suas interfaces com o turismo étnico indígena gastronômico. Balneário Camboriú, 2021. Tese (Doutorado em Turismo e Hotelaria) – Universidade do Vale do Itajaí. Disponível em: https://siaibib01.univali.br/pdf/Luana%20de%20Sousa%20Oliveira%202021.pdf.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatório da missão ao Brasil da Relatora Especial sobre os direitos dos povos indígenas. Conselho de Direitos Humanos. Trigésima terceira sessão. Item 3 da Agenda 2030 da ONU. 2016. Disponível em: https://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/eventos/2017/relatorio-da-onu-sobredireitos-dos-povos-indigenas/RELATORIOONU2016_pt.pdf.
PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio cultural: consciência e preservação. São Paulo: Brasiliense, 2009.
PERUZZO, P. P. Direito à consulta prévia aos povos indígenas no Brasil. Revista Direito & Práxis, v. 8, n. 4, p. 2708-2740, 2017. DOI: 10.1590/2179-8966/2017/24631.
POULAIN, J. P. Dictionnaire des cultures alimentaires. Paris: Presse Universitaire de France, 2012.
RAMLI, A. M. et al. Food Heritage from the Food Experts’ Perspectives. In: Conference Hospitality and Tourism, p. 273-277, 2015. London: Taylor & Frances Group, 2016.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/284180250.
ROCHA, T.E.S; SILVA, R.P; NASCIMENTO, M.M. Mudanças dos hábitos alimentares entre os Akwen Xerente. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 50, n. spe, p. 96–100, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420160000300014.
SANTANA, T.K.G. Os inventários do patrimônio alimentar brasileiros, possibilidades para o incremento do turismo gastronômico. Brasília, 2016. Dissertação. (Mestrado Profissional em Turismo) – Universidade de Brasília. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47594.
SILVA, C. A. Os Xerente e a luta pela terra. In: Simpósio Nacional de História, 28, Florianópolis-SC, 2015. Disponível em http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1427977184_ARQUIVO_Osxerenteealutapelaterra-ANPUH.pdf.
SILVA, V. G. O antropólogo e sua magia: trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre religiões Afro-brasileiras. São Paulo: Edusp, 2000.
UNESCO. Rede de Cidades Criativas (Creative Cities Network – UCCN). Food’n Road, 2019. Disponível em: https://foodandroad.com/pt-br/cidades-criativas-gastronomia-unesco/.
URIARTE, U. M. O que é fazer etnografia para os antropólogos. Ponto Urbe, n. 11, p. 1-14, 2012. DOI: 10.4000/pontourbe.300.
XERENTE, E., D. M. Akwẽ kunmã nã krsipi mnõze: as técnicas de uso do fogo pelos Xerente. In: SILVA, L. et al. (org.). Documentação de saberes indígenas. Goiânia: UFG, 2015a.
XERENTE.M, M. S. Wasiwaze: o tratamento e o comportamento de respeito. In: SILVA, L. et al. (org.). Documentação de saberes indígenas. Goiânia: UFG, 2015b.
XERENTE, P.C. P. Akwẽ bru nã sipi tkrê kmã kwamãr mnõze: roça de toco tradicional Xerente. In: SILVA, L. et al. (org.). Documentação de saberes indígenas. Goiânia: UFG, 2015c.
XERENTE, E. D.M. Processos de educação Akwe e os direitos indígenas a uma educação diferenciada: práticas educativas tradicionais e suas relações com a prática escolar. Goiânia, 2016. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos) – Universidade Federal do Goiás. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tedeserver/api/core/bitstreams/a7fb2323-83ba-49f9-ac03-9361b35133eb/content.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Patrimônio e Memória
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Todo el contenido de la revista, salvo que se indique lo contrario, está sujeto a una licencia de atribución Creative Commons BY.
