Dikenga Dia Kongo, ancestralidades da umbanda Curitiba

Autores/as

Palabras clave:

Umbanda, Rito, Imaginário, História, Cultura bantu-kongo

Resumen

Curitiba se destaca no campo das religiões brasileiras de matriz afroindígena. Dados informam que a cidade comporta cerca de seis mil terreiros de umbanda. Com base na observação participante e na dimensão visual do método etnográfico (foto e vídeo), aplicados entre os anos de 2016 e 2022, a pesquisa propõe destacar sentidos relacionados ao Cosmograma Kongo no rito de abertura cerimonial do Terreiro Vovó Benta, o segundo maior de Curitiba, a partir dos estudos da cultura bantu-kongo (FU-KIAU, 2001) e da tradução (SANTOS, 2019). Nesses anos, houve poucas mudanças na estrutura diegética do rito: narra a chegada de um guerreiro para liderar uma batalha e, após cumprir sua missão, emite conselhos à comunidade antes de retornar ao mundo espiritual. Por fim, um olhar mais atento revelou que estamos diante de arquétipos da cosmologia bantu-kongo, expondo as raízes da experiência umbandista e tornando-a simbolicamente inter-relacionada ao imaginário mitorreligioso brasileiro.

Biografía del autor/a

Hertz Wendell de Camargo, Universidad Estatal de São Paulo UNESP

Hertz Wendell de Camargo é Professor e pesquisador do Programa de PósGraduação em Comunicação e do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutor em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestre em Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte e Graduado em Jornalismo, Publicidade e Propaganda pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Coordenador do SinapSense – Laboratório de Inovação em Neurociência do Consumo da UFPR.

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Publicado

2025-01-13

Cómo citar

Wendell de Camargo, H. (2025). Dikenga Dia Kongo, ancestralidades da umbanda Curitiba. Patrimônio E Memória, 19(1), 136–164. Recuperado a partir de http://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2907