O Boulevard da República na baía do Guajará
porta de entrada da Amazônia de uma nova fachada
DOI:
https://doi.org/10.5016/pem.v15i2.3285Palavras-chave:
Boulevard, Modernidade, Urbanização, Memória, Identidade, TombamentoResumo
Este artigo trata da urbanização às margens da Baía do Guajará, na modificação da paisagem urbana entre os séculos XIX e XX, após diversos aterramentos para transformação no Boulevard da República. Um Boulevard-cais que está inserido na modernidade de sua época sendo equipado com materiais e edificações carregadas de significados, trouxe à cena não somente os paralelepípedos e o concreto, mas, sobretudo, os trabalhadores, os passantes da cidade, conferindo uma nova identidade à cidade em frente a pequenos negócios, lojas de diversos comércios e novos equipamentos urbanos. Por meio de Relatórios da Intendência, arquivos de fotografias, jornais, álbuns de fotografias, almanaques e fontes de diversos órgãos essa comunicação visa reconfigurar a fachada do
Boulevard da República permitindo chegar ao desenho final das quadras com suas edificações e seus usos. Assim, atribuindo à cidade uma nova fachada, permitiu que o IPHAN fizesse posteriormente um tombamento surpreendente: o primeiro tombamento de uma fachada de cidade no Brasil onde reconhece a importância de uma fachada especial.
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