Leitura visual das memórias trágicas do conflito armado na Colômbia

a pintura de Fernando Botero e a representação da violência

Resumo

O presente texto busca gerar reflexões sobre a função das artes visuais, especialmente a pintura de Fernando Botero, que em uma de suas coleções doadas por ele à Colômbia, interessa-se em representar os acontecimentos violentos do país que, ainda hoje, são lembrados esporadicamente. Para apoiar este assunto, retomo o pensamento de autores como Michael Pollak, Gaborit Pascaline, Santiago Londoño, entre outros, com o objetivo de gerar um diálogo interdisciplinar entre a arte e as memórias de eventos trágicos em tempos pós-conflito. Finalmente, questiona-se um pouco sobre o papel do patrimônio, atribuído pelas agências governamentais às telas do pintor, pois é um papel que não leva em conta sua intenção memorial, mas sim sua tendência a mostrar apenas folclore e costumes. Tal ponto, abre as portas para futuras análises e pesquisas relacionadas com as “memorias subterrâneas” do conflito armado do século XX e início de 2000 na Colômbia.