Boi de máscaras

memória e patrimônio imaterial

Autores

Palavras-chave:

Mascaradas, Boi de máscaras, Patrimônio imaterial, Patrimonialização, São Caetano de Odivelas

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre as identidades e transformações culturais das mascaradas de rua contemporâneas, a partir do aporte dos processos de reconhecimento de tais festividades como bens imateriais, tendo como objeto de análise a brincadeira de boi conhecida como Boi de máscaras, São Caetano de Odivelas (PA). O Boi de máscaras, ou Boi de Odivelas, está na categoria de mascarada de rua. Assim como esta, outras festas que têm a figura do boi que dança como protagonista da cena apresentam hoje transformações culturais significativas em sua visualidade e representação cênica, ao mesmo tempo em que lutam por reconhecimento como patrimônio imaterial identitário e representativo de sua cultura. Discutem-se as implicações da  patrimonialização para as comunidades locais, nas quais as festas reforçam os elos entre tradições ancestrais e as novas gerações, compreendendo-se nelas o poder agregador e transformador das relações sociais e culturais.

Biografia do Autor

Silvia Sueli Santos da Silva, Universidade Estadual Paulista UNESP

Silvia Sueli Santos da Silvia é Professora Titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Doutora e Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Arte Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Graduada em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Publicado

30-12-2021

Como Citar

Santos Silva, S. S. (2021). Boi de máscaras: memória e patrimônio imaterial. Patrimônio E Memória, 17(2), 169–188. Recuperado de https://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3076

Edição

Seção

Artigos Livres