DOS DESCONCERTOS DO NADA AO SINCERO CASO PESSOAL DE ALMADA NEGREIROS
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v29i0.1733Keywords:
Orpheu. Fernando Pessoa. Almada Negreiros. Coletividade. Individualidade.Abstract
O presente texto abordará o modo como os principais órficos olharam a crise de valores que marcou os finais do século XIX e os princípios do século XX. Essa reflexão basear-se-á fundamentalmente nos testemunhos dos próprios, todos eles demarcando um cenário cujos contornos provam decisivamente um sentido geral de fragmentação estético e ideológica. Nunca esquecendo a especificidade das suas práticas críticas, estéticas e literárias, procurar-se-á confirmar o alcance hermenêutico dessa leitura, confinando o âmbito de pesquisa ao estudo das potencialidades informativas comprometidas com a perceção de si mesmos como sujeitos em busca de uma determinada plenitude, em parte (mas não só) conseguida nos discursos do Orpheu — revista que, em primeira instância, deixou entrever o desejo de uma totalidade (por esta noção se colocando em causa o próprio sentido negativo de crise) e, em última instância, validou quer o florescimento de outras revistas literárias, quer, sobretudo com Almada Negreiros, a ousadia do “artista literário” e quer a “dimensão individual do sujeito”.