Belo Horizonte e Goiânia: cidades desejadas

Autores/as

Palabras clave:

Marc Bloch, Goiânia, Belo Horizonte, Criação de novas cidades

Resumen

O artigo apresentado propõe-se a ser um exercício de comparação, apoiado nos conceitos de Marc Bloch, focalizando os processos de criação e implantação de cidades no Brasil, escolhendo duas intervenções – Belo Horizonte (1897) e Goiânia (1933). O objetivo
limita-se em compreender o processo de criação de uma cidade, expresso no desejo da mudança, da escolha do local e do plano urbanístico. Para tal, perscrutam-se referências que discutem o assunto que vão desde documentos compilados em livros oficiais a trabalhos acadêmicos, em largo recorte cronológico. A ideia da mudança, em ambos os casos, está ligada ao desejo de se propagar um projeto modernizador, vinculada à ação política. Por hora, o propósito desse artigo encerra-se ao testar a possibilidade de construir a história comparada por meio de casos próximos, adotando um recorte específico das decisões iniciais de cidades novas e, por isso, desejadas, atestando as suas semelhanças e dessemelhanças.

Biografía del autor/a

Adriana Mara Vaz Oliveira, Universidad Estatal de São Paulo UNESP

Adriana Mara Vaz de Oliveira é Professora no curso de graduação de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Mestrado Projeto e Cidade da Universidade Federal de Goiás (UFG), câmpus Samambaia, em Goiânia, Goiás. Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Mestra em História das Sociedades Agrárias da UFG e Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Goiás (UCG).

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Publicado

2025-01-13

Cómo citar

Vaz Oliveira, A. M. (2025). Belo Horizonte e Goiânia: cidades desejadas. Patrimônio E Memória, 19(2), 172–196. Recuperado a partir de http://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2967