Sistema público de proteção do patrimônio cultural no Brasil

Autores

Palavras-chave:

Políticas Públicas Culturais, Legislação, Democracia, Sistema Público do Patrimônio Cultural, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

Resumo

Este artigo busca trabalhar a seguinte pergunta-problema: como a Proteção Pública do Patrimônio Cultural tem se institucionalizado de forma sistêmica e democrática no Brasil? E seu objetivo foi arrolar elementos de tal institucionalização nas suas seguintes expressões: 1. a descentralização das leis e políticas de proteção patrimonial entre os poderes públicos, entre os entes federativos e entre a sociedade civil e o Estado; 2. a ampliação dos instrumentos públicos de proteção; 3. a busca sistêmica de gestão patrimonial, integrando-a na vida urbana, nas políticas públicas e na economia. O estudo se deu a partir da análise das leis, relatórios públicos, informes políticos e trabalhos científicos sobre o tema, a partir de 1988, com foco nas ações e produções do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Como resultados, pontuam-se alguns fatos indicativos dessa configuração democrática e sistêmica na proteção do patrimônio cultural do Brasil.

Biografia do Autor

Renata Ovenhausen Albernaz , Universidade Estadual Paulista UNESP

Renata Ovenhausen Albernaz é Professora Associada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos cursos de graduação em Administração Pública e Social e em Administração e Docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Doutora em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestra em Direito e Graduada em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Graduada em Direito pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (CESUMAR).

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Publicado

13-01-2025

Como Citar

Ovenhausen Albernaz, R. (2025). Sistema público de proteção do patrimônio cultural no Brasil. Patrimônio E Memória, 19(1), 420–441. Recuperado de http://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2944

Edição

Seção

Artigos Livres