A noção de monumento
do mármore ao incômodo
Palavras-chave:
Monumento, história, historiografia, cidades, representações culturaisResumo
O presente artigo propõe traçar um panorama crítico da noção de monumento ao longo da história. Para tanto, procura examinar, entre outros, dois âmbitos/ aspectos principais: de um lado, suas diferentes transformações ao longo do tempo, tal como flagradas nas ideias e conceitos de pensadores considerados “chave” para o seu entendimento, de um ponto de vista diacrônico; do outro, de maneira mais ampla e sincrônica, seus vários “usos” na historiografia, nacional e internacional, nas últimas décadas, incluindo, de passagem, a questão das manifestações sociais recentes sobre destruição ou fazendo uso de estátuas como elemento central de protestos dando visibilidade a certo aspecto que é, desse modo, questionado. Embora não seja exaustivo, o panorama analisado permite uma visão suficientemente abrangente e variada das contribuições de um conjunto de autores nacionais e estrangeiros, em diferentes contextos e épocas, bem como uma primeira sugestão de diferenciação básica entre monumentos “urbanos” e monumentos “políticos”.
Referências
ABREU, Marcelo. Coleção urbana: imaginária urbana e identidade da cidade. Primeiros Escritos, n. 7, jul. 2001.
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
AGULHON, Maurice. Marianne au combat: l’imagerie et la symbolique républicaines de 1789 à 1880. Paris: Flamarion, 1979.
AGULHON, M. Marianne au pouvoir: l’imagerie et la symbolique républicaines de 1880 à 1914. Paris: Flamarion, 1989.
ARGAN, Giulio. História da arte como história da cidade. São Paulo: M. Fontes, 1992.
ARGAN, G. A cidade como monumento. In: História da arte italiana: de Giotto a Leonardo. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
CARVALHO, José. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.
CARVALHO, A.; DEUS, J. Diccionário Prosódico de Portugal e Brasil. Porto; Rio de Janeiro, 1890.
CASSIRER, Ernst. O mito do Estado. São Paulo: Códex, 2003.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.
DEBUCQUOIS, Claire. Red Hands: copper, tin, paint, poems, plants. New Left Review, n. 127, jan-fev. 2021.
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Ed. 34, 1998.
DOBERSTEIN, Arnoldo. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia. Porto Alegre: SMC, 1992.
DOBERSTEIN, A. Estatuários, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.
ENDERS, Armelle. Les Lieux de mémoire, dez anos depois. Estudos Históricos, n. 11. 1993.
FERNANDEZ, R. Monumentos necessários. Summa+, n. 130, p. 50-57, 2013.
FORSTER, K.; GHIRARDO, D. The modern cult of monuments: its character and its origin. Oppositions, n. 25, 1982.
FOUCAULT, M. Espaço e poder – entrevista a Paul Rabinow. Revista do Patrimônio, n. 23, 1994.
FREIRE, Cristina. Além dos mapas: os monumentos no imaginário urbano contemporâneo. São Paulo: Annablume, 1997.
FUSTEL DE COULANGES, Numa D. A cidade antiga. São Paulo: M. Fontes, 1981.
GNOLI, G.; VERNANT, J-P. La mort, les morts dans les sociétés anciennes. Paris: Maison des Sciences de l’Homme, 1982.
GUTIÉRREZ. Ramón. Arquitectura y urbanismo en Iberoamérica. Madrid: Cátedra, 1992.
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
HOOK, Sidney. El héroe en la historia. Buenos Aires: Galatea; Nueva Visión, 1958.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Instituto Antônio Houaiss; Objetiva, 2002.
LE GOFF, J. Documento / monumento. In: História e Memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
JUNQUEIRA, Thaís; BAHIA LOPES, Myriam. Edifício JK: a monumentalidade da arquitetura moderna. Arquitextos, ano 20, n. 235.05, 2019. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/20.235/7592.
KNAUSS, Paulo (coord.). Cidade vaidosa: imagens urbanas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1999.
KNAUSS, P. A interpretação do Brasil na escultura pública: arte, memória e história. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 171, p. 219-232, 2010.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.
MARINS, P. O Parque do Ibirapuera e a construção da identidade paulista. Anais do Museu Paulista, v. 6-7, 2003.
MARRAMAO, Giacomo. Poder e secularização: as categorias do tempo. São Paulo: Editora UNESP, 1995.
MARRAMAO, G. Céu e terra: genealogia da secularização. São Paulo: Editora UNESP, 1997.
MATTOS, Gen. João Batista de. A Força Expedicionária no bronze. Revista Militar Brasileira, n. 1-2, 1960.
MICELI, Paulo. O mito do herói nacional. São Paulo: Contexto, 1997.
NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História n. 10, 1993.
NORA, Pierre. Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1997.
NORA, P. The era of commemoration. In: Realms of memory: the construction of the French past. Nova Iorque: Columbia University Press, 1998. v. 3.
OZOUF, Mona. La fête revolutionnaire. Paris: Gallimard, 1977.
OZOUF, M. Le Pantheón. In: NORA, P (org.). Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1997. v. 1.
PROST, Antoine. Les anciens combattants et la societé française, 1914-1939. Paris: Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques, 1977. 3 v.
ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: M. Fontes, 1995.
SHERMAN, D. The construction of memory in interwar France. Chicago: The University of Chicago Press, 1999.
TELLES, Augusto. Atlas dos monumentos históricos e artísticos do Brasil. Rio de Janeiro: FENAME; DAC, 1975.
WIECZOREK, Daniel. Le culte moderne des monuments: son essence et sa genèse. Paris: Ed. du Seuil, 1984.
WORCMAN, Susane. Grandjean de Montigny, a Missão Francesa e o Rio de Janeiro pela imprensa. In: DEL BRENNA, Giovanna (org.). Uma cidade em questão I: Grandjean de Montigny e o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC, 1979.
YOUNG, James. The texture of memory: holocaust memorials and meaning. Yale University Press, 1983.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Patrimônio e Memória
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.