A quase perda de um patrimônio
o antigo edifício da Alfândega da cidade do Rio Grande / RS
Palavras-chave:
Preservação, Tombamento, Patrimônio edificado, Paisagem, MemóriaResumo
Na década de 1870, foi construído o terceiro edifício da Alfândega do Rio Grande, um exemplar neoclássico, ainda preservado, que se tornou um marco na paisagem da cidade portuária. A análise de quais elementos foram decisivos para a sua preservação é o
objetivo deste artigo. Inicialmente, são analisados os antecedentes, como a importância da atividade alfandegária para que o lugar não fosse abandonado, em meio a dificuldades geográficas. Posteriormente, avalia-se o surgimento do terceiro edifício, parte de seu projeto e sua descrição pelo jornal local enquanto uma novidade arquitetônica. Na parte final, é abordada a sua trajetória de preservação, na década de 1960, em meio a uma ameaça de demolição que quase o substituiu por uma construção moderna. A solicitação de tombamento à DPHAN, realizada pela Câmara de Comércio da cidade, impediu tal acontecimento e revelou ao órgão federal a relevância do bem para as memórias e a identidade rio-grandinas.
Referências
Biblioteca Nacional Digital
ICONOGRAFIA. Porto do Rio Grande: Alfândega vista do mar. Atelier Fontana. Disponível em:http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon627719/icon627719jpg. Acesso em: 31 jan. 2022.
Biblioteca Rio-Grandense
CÂMARA MUNICIPAL DO RIO GRANDE. Relatório da Câmara Municipal da cidade do Rio Grande. Rio Grande: 1845, 1847.
MUSEU DA CIDADE DO RIO GRANDE. Alfândega do Rio Grande - Terceiro Prédio. Memória Rio-Grandina. Folheto informativo. Ano 1, n. 4. Rio Grande, jan. 1986.
Jornal Diário do Rio Grande. Rio Grande: 12 de out. 1878.
Jornal Rio Grande. Rio Grande: 23 de set. 1964, 26 de set. 1964.
Brasiliana Fotográfica
Série: “O Rio de Janeiro desaparecido”. Título: XVI - O prédio da Academia Imperial de Belas Artes. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=26333. Acesso em: 31 jan. 2022.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Arquivo Central do IPHAN. Seção Rio de Janeiro. Processo de Tombamento Nº 765-T-65 de 04/09/1967:
CAMARA DE COMÉRCIO DA CIDADE DE RIO GRANDE. Ofício 0654. Ano 121. Tombamento do edifício onde funciona a Alfândega de Rio Grande, 28 de julho de 1965. Rio Grande.
CAMARA DE COMÉRCIO DA CIDADE DE RIO GRANDE. Ofício 0112. Ano 122. Tombamento do edifício onde funciona a Alfândega de Rio Grande, 12 de abril de 1966. Rio Grande.
DIRETORIA DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Ofício 1319. Tombamento do edifício onde funciona a Alfândega de Rio Grande, 13 de outubro de 1965. Rio de Janeiro, 1965.
DIRETORIA DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Pedido de Tombamento do prédio da Alfândega da cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul, 26 de agosto de 1966. Rio de Janeiro, 1966a.
DIRETORIA DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Informação 375. Prédio da Alfândega, à rua Marechal Floriano, na cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul, 27 de outubro de 1966. Rio de Janeiro, 1966b.
DIRETORIA DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Ata da 49º Reunião do Conselho Consultivo da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 22 de agosto de 1967. Rio de Janeiro, 1967.
DIVISÃO DE OBRAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Telegrama. Protocolo DPHAN n° 1438, 29 de setembro de 1966. Rio de Janeiro, 1966.
Museu da Cidade do Rio Grande
Coleção Histórica. Imagens: Edifício da Alfândega em 1987.
Gravura do segundo edifício da Alfândega em 1858.
Projeto da Nova Alfândega do Rio Grande em 1875.
ANJOS, D. M. Acervo e sociedade: Museu da Cidade do Rio Grande/RS. Rio Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Rio Grande.
BANDEIRA, J.; LAGO, P. C. D. Debret e o Brasil: obra completa (1816-1831). 6. ed. Rio de Janeiro: Capivara, 2020.
BARRETO, A. Bibliografia sul-rio-grandense: a contribuição portuguesa e estrangeira para o conhecimento e a integração do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1976.
BRUAND, Y. A arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2005.
CESAR, W. A cidade do Rio Grande: do big bang a 2015. Rio de Janeiro: Topbooks, 2016.
COPSTEIN, R. Evolução urbana de Rio Grande. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, v. 122, p. 43-63, 1982.
FABRIS, A. Arquitetura eclética no Brasil: o cenário da modernizacão. Anais do Museu Paulista, Nova Série, v. 1, n. 1, p. 131-143, 1993.
FERREIRA, G. R. M.; GASTAUD, C. R. Cem anos de Porto Novo: memória e esquecimento de um Porto Velho e de uma “Barra Diabólica.” Rio Grande: Editora da FURG, 2018.
FONSECA, M. C. L. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.
MARTINS, S. F. Cidade do Rio Grande: industrialização e urbanidade (1873-1990). Rio Grande: Editora da FURG, 2016.
QUEIROZ, M. L. B. A Vila do Rio Grande de São Pedro (1737-1822). Rio Grande: Editora da FURG, 1987.
REZENDE, M. B. et al. Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – DPHAN. In: Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc 2015.
SAINT-HILAIRE, A. Viagem ao Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Martins, 1987.
TORRES, L. H. Os primeiros prédios da Alfândega do Rio Grande. Jornal Agora. O Peixeiro, 6 ago. 2004a.
TORRES, L. H. O atual prédio da alfândega do Rio Grande. Jornal Agora. O Peixeiro, 20 ago. 2004b.
TORRES, R. O. “... e a modernidade veio a bordo”: Arqueologia histórica do espaço marítimo oitocentista na cidade do Rio Grande/RS. Pelotas, 2010. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural) – Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/ppgmp/files/2016/11/Rodrigo-Torres.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.
WEIMER, G. Arquitetos e construtores rio-grandenses na colônia e no império. Santa Maria: Editora da UFSM, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Patrimônio e Memória
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.