“PARA COLHER O SILÊNCIO HÁ QUE SUSPENDER A PALAVRA”... OU ALUDIR
UMA ESTRATÉGIA DE LEITURA E ESCRITA EM NARRATIVAS LITERÁRIAS
Mots-clés :
Alusão; Leitura; Narrativas literáriasRésumé
Tratarei nesse artigo da alusão como uma das estratégias discursivas de leitura (e escrita) em algumas narrativas literárias, articulando um diálogo entre os estudos linguísticos e a literatura. A alusão, estratégia de leitura/pesquisa nos gêneros discursivos é, constitutivamente, a estratégia que oferece o risco como imagem da parte que dialoga com outras partes e com o todo, num movimento da mediação. O leitor de um texto em que figuram as estratégias da alusão, precisa operar com a constituição progressiva e inacabada do todo. É como uma estrutura e estruturação constante, sempre provisória, sujeita a novos escritos e novos leitores. Para isso, consideramos os pressupostos de Bakhtin, e o Círculo, Authier-Revuz, Torga e Campos, entre outros. O corpus é constituído de algumas obras de Bartolomeu Campos Queirós — Ler, escre-ver e fazer conta de cabeça, O olho de vidro de meu avô e Vermelho Amargo — e Adonias Filho, — Memórias de Lázaro.