A ALMA HUMANA E A MATÉRIA LITERÁRIA
O CASO DE HELENA (1876), DE MACHADO DE ASSIS
Mots-clés :
Machado de Assis; Helena; Modernidade; Emoções; Individualismo.Résumé
As inovações da escrita de Machado de Assis são investigadas neste artigo por meio de uma breve análise do romance Helena, de 1876. O produto literário machadiano é revolucionário quando formula um sujeito que se vê inteiro, pela mirada do outro, e parte de um dado sociocultural, mas permanece fragmentado no âmbito das emoções – fator determinante da conduta social. A narrativa de Machado representa um salto sobre o romance romântico, o realista e o naturalista, com personagens em situações que colocam em jogo as escolhas dos sujeitos, suas densidades, suas motivações e seus impulsos, evitando a condução das atitudes exclusivamente por forças externas. O autor soube demonstrar configurações subjetivas de um narrador que por meio da “composição das emoções” é capaz de delimitar o espaço entre o que se diz (ou se mostra de si mesmo) e o que se cala (ou se dissimula).