MELANCOLIA E GÊNERO NOS CONTOS SECO, DE STEFANO VOLP E O SUICÍDIO DA QUINA, DE ONDINA FERREIRA
DOI :
https://doi.org/10.5016/msc.v33i0.2556Mots-clés :
Melancolia e Literatura; Seco; Stefano Volp; O Suicídio da Quina; Ondina Ferreira, Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa.Résumé
Este artigo tem como objetivo investigar as manifestações melancólicas em personagens de dois contos, aparentemente, diametralmente opostos, uma vez que são escritos e protagonizados por um homem e uma mulher, a saber: Heleno, do conto Seco, do brasileiro Stefano Volp, e Quina, do conto O Suicídio da Quina, da cabo-verdiana Ondina Ferreira. Desse modo, torna-se possível identificar como os autores, a partir de realidades distintas e histórias completamente diferentes, abordam os impactos da sociedade no indivíduo, cujas estratégias de resistência redundam, muitas vezes, na percepção da angústia e da impossibilidade da existência. Com isso, propõe-se uma leitura tematicamente motivada que considera também a elaboração estética das manifestações melancólicas relacionadas ao gênero. Para tanto, a linguagem e o estilo de cada autor importam, uma vez que conforme assevera Judith Butler, o gênero é também uma construção discursiva. Além disso, considerando a inserção das personagens em suas sociedades e as marcas de gênero que sobressaem, como método, recorremos aos estudos comparados de literaturas de língua portuguesa.