ASPECTOS DECADENTISTAS EM L’ÈVE FUTURE, DE VILLIERS DE L'ISLE-ADAM
DOI :
https://doi.org/10.5016/msc.v29i0.1834Mots-clés :
Villiers de L'Isle-Adam; L’Ève future; Artifício; Decadentismo.Résumé
Villiers de L'Isle-Adam (1838-1889), importante escritor do século XIX, permite-nos refletir, através de suas obras, sobre a essência e a aparência das coisas. Crítico do progresso e da burguesia, Villiers, que valoriza o mistério e a imaginação, vai rejeitar o mundo exterior, imperfeito, e transformá-lo, em sua obra, segundo a vontade do sujeito, a fim de consertá-lo e melhorá-lo. O romance L’Ève future (1886), que possui características do Decadentismo francês, apresenta bem estas ideias. Diante da impossibilidade de encontrar consolo na natureza, imperfeita e inacabada, o artifício surge, nesta obra marcada pelo progresso científico, como forma de transfigurar a realidade decepcionante. Assim, com a construção de um androide, cujo objetivo é substituir a mulher real, o ser artificial surge como ideal de beleza e um intermediário entre o mundo real e o au-délà, possibilitando a manifestação do mistério e do desconhecido. O objetivo deste trabalho é justamente refletir sobre esses aspectos decadentistas presentes no romance L’Ève future.