O SPLEEN ROMÂNTICO COMO ESTRATÉGIA RETÓRICA NAS CARTAS SOBRE A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v33i0.2500Palavras-chave:
Spleen. Romantismo; Retórica; José de Alencar; A Confederação dos TamoiosResumo
Este artigo examina como José de Alencar se apropriou do conceito de spleen, muito em voga no romantismo mundial e brasileiro, empregando-o como argumento ético e patético nas Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, objetivando provar que Gonçalves de Magalhães não podia ser considerado o patriarca da literatura brasileira nem A Confederação dos Tamoios poderia ser tida como a nossa aguardada epopeia nacional, obra simbólica da autonomia política e artística em relação a Portugal. O presente exame realize-se por meio do modelo retórico de análise textual de autoria de Dante Tringali (1998, 2014). Desqualificar Magalhães como artista capaz de retratar a contento a nossa cor local era uma tarefa estratégica para Alencar uma vez que o escritor cearense planejava lançar-se como alternativa literária a Magalhães. Nas Cartas, Alencar cria a figura de um orador fictício chamado Ig, que, tomado pelo sentimento de spleen, tenta obter a adesão principalmente afetiva do auditório a sua tese, que é a mesma de Alencar.