A Escravidão urbana em Instituições Assistenciais (1858-1861)

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a escravidão urbana em instituições assistenciais durante a segunda metade do século XIX. Para investigação dessa realidade, escolheu-se um estabelecimento direcionado ao amparo do público feminino pobre da cidade de São Paulo: o Seminário da Glória. Pelo método da micro-história, a partir da história de uma escravizada do Seminário, a Africana Cecília, se observará a vivência de escravizados a serviço de instituições públicas. Através deste estudo, elucidou-se as novas dinâmicas sociais do sistema escravagista provenientes da promulgação da lei Eusébio de Queiroz (1850).  A experiência dessa mulher cativa foi desvendada por meio de fontes disponíveis na seção dos Ofícios Diversos da Capital, fundo documental localizado no Arquivo do Estado de São Paulo (APESP). Ademais, valeu-se de jornais do período, como o Correio Paulistano e o Diário de S. Paulo, para a expansão do entendimento sobre o cotidiano do Seminário da Glória, as esferas de atuação e os mecanismos de resistência empreendidos por cativos empregados em estabelecimentos públicos da cidade para a manutenção dos seus laços familiares, conquista de melhores condições de vida e alcance de sua liberdade.