O testemunho ético de Primo Levi sobre a zona cinzenta: um problema de julgamento e representação / Primo Levi’s ethical testimony on the grey zone: the problem of judgment and representation
Resumo
O artigo problematiza o caráter ético do testemunho literário de Primo Levi sobre sua experiência em Auschwitz. Sua narrativa sugere chaves analíticas importantes para entender não só o universo concentracionário enquanto local de desubjetivação, mas também o papel da máquina nazista na constituição de figuras arquetípicas e de contornos mal definidos no interior dos campos. O objetivo deste texto é examinar o fenômeno da zona grigia, a figura paradigmática do Muselmann e o caso de Hurbinek. Os casos alertam para o risco do julgamento dessas figuras – que compõem um espaço nebuloso de indeterminação moral – com medidas do presente, sem que se avalie, antes, as circunstâncias empíricas às quais foram submetidas. Levi argumenta, nesse sentido, que é preciso sempre ter em vista os pontos cegos que definem as fronteiras das zonas cinzentas de eventos traumáticos, a partir dos quais papéis sociais tendem a se confundir em função das estratégias de perpetradores em imputar culpa e responsabilidade às vítimas.
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