O Ofício das Baianas de Acarajé
narrativas sobre o modo de saber fazer
DOI:
https://doi.org/10.5016/pem.v15i1.3264Palavras-chave:
Ofício das Baianas de Acarajé, Patrimônio imaterial, Salvador, NArrativa, ReligiosidadeResumo
O presente artigo tem como ponto de partida a concessão do título de Patrimônio Cultural do Brasil ao Ofício das Baianas de Acarajé, em 2004. O foco central são as narrativas das próprias detentoras do bem de natureza imaterial que serão analisadas a partir da origem religiosa e étnica do Ofício. Também utilizo as fontes escritas (certidão, pareceres, dossiê) produzidas no decorrer do processo de registro. A metodologia escolhida foi a observação participante, realizada no trabalho de campo na cidade de Salvador. O objetivo é apresentar e problematizar a construção das narrativas das baianas de acarajé com base no desenvolvimento dos argumentos que justificam o Ofício como referência cultural. Entendo esse bem como um patrimônio negro ligado à religiosidade afro-brasileira.
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