Do corpo como território de comunicação para as entidades da Umbanda

Autores

Palavras-chave:

Corpo-território, Comunicação, Umbanda, Performance, Corpo-encruzilhada

Resumo

Este artigo faz parte de um projeto de pesquisa que estuda a comunicação do corpo do umbandista durante as performances de entidades ancestrais. A partir da apresentação dessas entidades, por meio da incorporação, o corpo do umbandista apresenta novas formas, com movimentos e gestos que comunicam as mensagens de quem passa a ocupar esse corpo, por meio de diferentes corpografias aqui identificadas com ajuda de uma pesquisa de campo. Um corpo-território que também é corpo-encruzilhada e, ainda, mídia principal do território-terreiro, sendo local de comunicação durante a gira. Uma comunicação que é estabelecida e construída a partir relações dialógicas, sensoriais e sensíveis, assim identificadas a partir das entrevistas abertas semiestruturadas realizadas com oito umbandistas. Tais entrevistas revelam uma comunicação que acontece pelo e com o corpo umbandista, sendo este o foco comunicacional durante as performances ancestrais.

Biografia do Autor

Maurpilio Mendonça de Avellar Gomes, Universidade Estadual Paulista UNESP

Maurílio Mendonça de Avellar Gomes é Doutorando em Comunicação e Sociabilidade Contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Comunicação e Territorialidades e Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Erly Milton Vieira Gomes, Universidade Estadual Paulista UNESP

Erly Milton Vieira Junior é Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pós-Doutor em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutor em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É líder do Grupo de Pesquisa “Comunicação, Imagem e Afeto” (CIA-UFES).

Referências

BRITTO, Fabiana Dutra; JACQUES, Paola Berenstein. 2012. Corpo e cidade – coimplicações em processo. Revista da UFMG, v. 19, n. 1-2, p. 142-155, 2012. DOI: 10.35699/2316-770X.2012.2716.

DRAVET, Florence Marie. Corpo, linguagem e real: o sopro de Exu Bará e seu lugar na comunicação. Ilha do Desterro, v. 68, n. 3, p. 15-25, 2015. DOI: https://doi.org/10.5007/ 2175-8026.2015v68n3p15.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: Cartografias do Desejo. Petrópolis: Vozes, 1996.

HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: B. Brasil, 2007.

HAESBAERT, Rogério. Do corpo-território ao território-corpo (da terra): contribuições decoloniais. GEOgraphia, v. 22, n. 48, p. 75-90, 2020. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2020.v22i48.a43100.

MARTINS, Leda. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras, n. 26, p. 63-81, 2003. DOI: https://doi.org/10.5902/2176148511881.

MIRANDA, Eduardo Oliveira. O negro do pomba quando sai da rua nova, ele traz na cinta uma cobra coral: os desenhos dos corpos-territórios evidenciados pelo afoxé pomba de male. Feira de Santana, 2014. Dissertação (Mestrado em Desenho Cultura e Interatividade) – Universidade Estadual de Feira de Santana. Disponível em: http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/97.

MIRANDA, Eduardo Oliveira. Experiências do corpo-território: possibilidades afro-brasileiras para a Geografia Cultural. Élisée: Revista de Geografia, v. 6, n. 2, p. 116-128, 2017. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/elisee/article/view/6621.

MIRANDA, Eduardo Oliveira. Corpo-território & Educação decolonial: proposições afrobrasileiras na invenção da docência. Salvador: EDUFBA, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/32375.

OLIVEIRA, Eduardo David de. Filosofia da Ancestralidade: Corpo e mito na Filosofia da Educação brasileira. Curitiba: Popular, 2007.

OLIVEIRA, Eduardo David de. Filosofia da Ancestralidade como Filosofia Africana: Educação e Cultura Afro-brasileira. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (Resafe), n. 18, p. 28-47, 2012. DOI: https://doi.org/10.26512/resafe.v0i18.4456.

RAMOS, Jarbas Siqueira. Desvelando o corpo-encruzilhada: reflexões sobre a encruzilhada como espaço de interseção. In: REUNIÃO CIENTÍFICA ABRACE. 10., Anais... Campinas: UNICAMP, v. 20, n. 1, 2019. Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/ index.php/abrace/article/view/4470.

RUFINO, Luiz. Performances Afro-diaspóricas e Descolonialidade: o saber corporal a partir de Exu e suas encruzilhadas. Antropolítica: Revista Contemporânea de Antropologia, v. 1, n. 40, p. 54-80, 2016. DOI: https://doi.org/10.22409/antropolitica2016.1i40.a41797.

SANTOS, Cristiano Henrique dos; SILVA, Renata Nascimento da. Quilombos virtuais: as novas expressões de (re)territorialização, resistência, ativismo e empoderamento negro nas redes sociais. Logos: Comunicação e Universidade, v. 26, n. 1, p. 75-92, 2019. DOI: https://doi.org/10.12957/logos.2019.36152

SODRÉ, Muniz. Cultura, corpo e afeto. DANÇA: Revista do Programa de Pós Graduação em Dança, v. 3, n. 4, p. 11-20, 2014. DOI: https://doi.org/10.9771/2317-3777dança. v3i1.13161.

SODRÉ, Muniz. Do lugar de fala ao corpo como lugar de diálogo: raça e etnicidade numa perspectiva comunicacional. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 13, n. 4, p. 876-886, 2019. DOI: https://doi.org/10.29397/reciis.v13i4.1944.

Downloads

Publicado

30-06-2023

Como Citar

Mendonça de Avellar Gomes, M., & Milton Vieira Gomes, E. (2023). Do corpo como território de comunicação para as entidades da Umbanda. Patrimônio E Memória, 19(1), 41–64. Recuperado de http://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2882