Os valores atribuídos à Barraca de Euclides da Cunha pelo Sphan e possibilidades de ressignificação

Hugo Stefano Monteiro Dantas, Renata Campello Cabral

Resumo


A Barraca de Euclides da Cunha aparece em dois loci de atuação do Sphan: a proteção legal via tombamento, em 1939, e a Revista do Patrimônio, em artigo publicado em 1938. Os argumentos construídos para delimitar a importância patrimonial do objeto são indícios importantes da forma como ele foi visto, mas, sobretudo, do entendimento na época do que ele precisaria ter para conseguir enquadramento como patrimônio nacional. Fala, nesse sentido, dele mesmo, mas, também, das ideias que permeavam o Sphan no momento estudado. Documentos outros trazem indícios de valores contemporâneos ao tombamento e posteriores a ele, que permitem, hoje, a partir de novos paradigmas do campo da conservação, ressignificar o bem. Nesse processo de alargamento e soma de valores no tempo, chega-se à importância da barraca, mas também de sua redoma, como objetos que, conjuntamente, falam dos significados do bem hoje.


Palavras-chave


Sphan; Barraca; Euclides da Cunha; Processo de Tombamento; Revista do Sphan.

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