A LOUCURA COMO CATEGORIA CRÍTICA:
NEVROPATIAS, DEGENERESCÊNCIAS, DESVARIOS
Palavras-chave:
SimbolismoResumo
O artigo percorre algumas das relações que se estabeleceram, na recepção crítica de primeira hora (e posterior) das tendências decadentes e simbolistas, entre a escrita literária e o que poderia, então, ser referido como nevropatia. O foco ajusta-se, mais exatamente, à observação de um vocabulário e andamentos analíticos específicos que flertam com certo pensamento psiquiátrico e filosófico constituído nos séculos XVIII e XIX. Esse específico pensamento sobre a loucura fornecerá suporte e justificação para construções que se converteram em ferramenta de interpretação e valoração de autores e obras. Em paralelo, considera-se, ainda, como procedimentos críticos ou produtores de categorias críticas, uma ampla gama de gestos, escritos e cenas voltados para o próprio projeto artístico e que vamos encontrar na produção discursiva dos criadores, eles próprios tensionando aquelas leituras, frequentemente com a mediação do riso, da ironia, da autoderrisão.