Historia, historiadores, ética y justicia
El caso de los revisionismos y negacionismos
Palabras clave:
Negacionismo, revisionismo, usos do passado, ética, justiça, historiografiaResumen
O presente artigo pretende discorrer sobre os papéis éticos e políticos da escrita da história e dos historiadores a partir da explosão de revisionismos e negacionismos históricos. Entendemos que a reflexão crítica sobre os usos do passado traz para o primeiro plano a dimensão política do trabalho dos historiadores, além de ensejar possibilidades para que esses profissionais contribuam com a justiça e a democracia. Assim, dois estudos breves serão realizados a respeito de contextos nos quais as responsabilidades dos historiadores foram evidenciadas: as sucessivas “leis memoriais” na França e a Comissão Nacional da Verdade no Brasil. Ressaltamos que o seguinte trabalho se trata de uma revisão de literatura, e não de um artigo original de pesquisa. Visamos expor como medidas judiciais ou de teor judicial que almejam reparar às vítimas ou condenar, pela ótica penal, os revisionismos e negacionismos, geraram debates intensos entre historiadores. O objetivo fundamental é apresentar, em linhas gerais, as possíveis posições, dentro da comunidade de historiadores, sobre como se abordar os efeitos das práticas revisionistas e negacionistas. Em outras palavras, parece haver um consenso que se essas reapropriações do passado são danosas, nota-se divergências relativas às posturas que historiadores devem, ou podem, assumir, diante dessa questão.
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