Fascismo, catolicismo e corporativismo: conexões entre patrianovismo e integralismo
Palabras clave:
Corporativismo, Patrianovismo, Integralismo, Autoritarismo, AIPB, AIBResumen
A década de 1930 no Brasil foi marcada por transformações políticas, caracterizando-se enquanto um dos grandes marcos do cenário brasileira. Os fatores que a tornaram central tem início ainda na década anterior, na qual as mudanças ocasionadas pelo pós-guerra iniciaram um processo de efervescência do cenário político nacional, alterando as bases da Primeira República no plano estrutural e ideológico e, assim, abrindo espaço para o surgimento de movimentos políticos diverso. Entre esses movimentos, houve aqueles que se influenciaram de forma direta pelas novas organizações autoritárias e corporativistas europeias, como a Action Française e o Integralismo Lusitano. Esse é o caso, por exemplo, da organização neomonárquica, a Ação Imperial Patrianovista Brasileira (AIPB), e da maior expressão fascista extraeuropeia, a Ação Integralista Brasileira (AIB). Partindo da compreensão de que os dois movimentos estabeleceram relações no período, principalmente por possuírem propostas de Estado convergentes em relação ao caráter autoritário, nacionalista e corporativista, objetiva-se, neste artigo, analisar o contato entre eles, bem como examinar os delineamentos teóricos que fundamentaram as propostas corporativistas do integralismo e do patrianovismo, a fim de compreender suas aproximações e seus afastamentos.
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